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Episódio 5: Portas Entreabertas

Atualizado: 11 de jan.

O táxi deslizou suavemente pelas ruas, mas o silêncio dentro do carro era tudo menos tranquilo. Kátia estava inquieta, sentindo a mão de Clara sobre a sua, o polegar traçando círculos lentos e provocantes na sua pele. O gesto parecia simples, mas carregava um peso que a deixava vulnerável, como se estivesse a ser desnudada em cada toque.


— Onde vamos? — perguntou Kátia, a voz quase falhando.


Clara sorriu, olhando-a de lado, os olhos brilhando com algo que Kátia não conseguia decifrar.


— Vais ver. É um lugar especial.


O táxi parou diante de um prédio discreto, mas elegante, com janelas altas que brilhavam sob a luz da noite. Clara pagou rapidamente e puxou Kátia pela mão, guiando-a para dentro. As paredes do hall eram cobertas de madeira escura, e o cheiro de incenso preenchia o espaço, evocando uma aura de mistério.


— O que é isto? — Kátia perguntou, enquanto Clara a conduzia para o elevador.

— Um refúgio — respondeu Clara, encostando-se ao painel do elevador e cruzando os braços. — Um lugar onde podemos ser nós mesmas... sem julgamentos.


Kátia sentiu o coração bater mais rápido. Não sabia se estava mais intrigada ou assustada com o que Clara queria dizer. Mas havia algo naquela mulher, naquela energia irresistível, que a fazia seguir em frente, ignorando qualquer sinal de cautela.

Quando chegaram ao andar superior, Clara abriu a porta de um loft espaçoso. As luzes eram baixas, com tons quentes que iluminavam suavemente o espaço. Almofadas espalhavam-se por um sofá enorme, e ao fundo, uma parede inteira de vidro exibia a cidade em toda a sua glória noturna.


— Este é o teu refúgio? — Kátia perguntou, maravilhada.

— Digamos que gosto de ter um lugar onde posso... explorar — Clara respondeu, deixando a sua bolsa sobre uma mesa e caminhando lentamente em direção a Kátia.


Antes que Kátia pudesse responder, Clara inclinou-se para ela, os olhos fixos nos seus, e levou as mãos ao rosto de Kátia.— Posso perguntar-te algo?


Kátia assentiu, incapaz de falar. — Alguma vez deixaste alguém comandar o teu desejo?


A pergunta pairou no ar, carregada de provocação. Kátia tentou desviar o olhar, mas Clara segurou-a firme, obrigando-a a encarar aquela verdade que, até agora, ela evitara.


— Não sei... — murmurou, sentindo o corpo aquecer sob o olhar de Clara.

— Acho que sabes — Clara respondeu, aproximando-se ainda mais, os lábios a milímetros de distância. — Só não tiveste coragem de admitir.



O beijo veio como uma tempestade. Clara tomou os lábios de Kátia com uma intensidade que deixou ambas sem fôlego. As mãos exploravam-se com urgência, como se a espera tivesse sido longa demais. Kátia sentiu-se perdida naquele momento, cada barreira a cair, uma por uma, sob o calor daquele encontro.


Quando Clara a conduziu para o sofá, Kátia não resistiu. O toque de Clara era firme, mas cheio de uma delicadeza que a fazia estremecer. Os dedos deslizaram pelas costas de Kátia, traçando linhas invisíveis que a deixavam arrepiada.


— Fecha os olhos — sussurrou Clara, enquanto os seus lábios traçavam o pescoço de Kátia.



Kátia obedeceu, entregando-se completamente àquele momento. A sensação era avassaladora, cada toque, cada movimento, uma descoberta nova. O desejo crescia como uma chama incontrolável, preenchendo o espaço entre elas.

Mas, no meio daquele êxtase, um som interrompeu o momento. Era um toque discreto, mas claro, vindo da porta.


Kátia abriu os olhos de repente, tentando entender o que estava a acontecer.— Estás à espera de alguém? — perguntou, ofegante.

Clara levantou-se com calma, um sorriso provocante nos lábios. — Talvez.

— Clara... o que está a acontecer?

— Relaxa, Kátia. O melhor das fantasias é que nunca sabemos como vão terminar.


Antes que Kátia pudesse protestar, Clara abriu a porta. A silhueta de uma mulher alta e misteriosa surgiu contra a luz do corredor. Ela entrou com a confiança de quem já conhecia o espaço, os olhos diretamente em Kátia.


— Acho que a nossa noite acaba de ficar mais interessante — disse Clara, fechando a porta com um clique que ecoou no silêncio.


Kátia sentiu o coração disparar novamente, agora com uma mistura de desejo e apreensão.


Quem era aquela mulher? E, mais importante, que papel desempenharia naquela noite que parecia não ter limites?

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