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Episódio 3: No Limiar do Desejo

A noite era mais fria do que o habitual, mas dentro da sala de massagens, o ambiente era incandescente. Kátia arrumava os lençóis com gestos mecânicos, tentando aplacar o turbilhão de pensamentos que a consumia desde o último encontro com Clara. O toque, o desafio nos olhos dela, as palavras que sussurrara... tudo aquilo a havia deixado num estado de inquietação que nem o tempo parecia aliviar.


Quando o relógio bateu as 18h, o som da porta a abrir-se foi como um disparo no coração de Kátia. Clara entrou, desta vez sem formalidades, com a mesma confiança provocante que parecia ser parte da sua essência. Vestia uma camisa de seda levemente desabotoada e jeans que moldavam o corpo, mas o que mais chamava atenção era o sorriso no rosto.


— Olá, Kátia. Espero que esta sessão seja... memorável — disse, colocando a mala num canto e aproximando-se devagar.


Kátia tentou esconder o nervosismo. — Sempre faço o melhor para os meus clientes.


Clara riu, aquele riso baixo que fazia o ambiente parecer ainda mais íntimo. — Hoje não sou apenas uma cliente, pois não?


As palavras pairaram no ar, carregadas de tensão. Kátia não respondeu de imediato. Estava dividida entre o impulso de ceder e o instinto de recuar. Mas Clara não lhe deu tempo para pensar.— Vou despir-me. Quero sentir tudo como da última vez — disse, desaparecendo atrás do biombo.


Kátia fechou os olhos por um instante, tentando controlar o ritmo da sua respiração. Quando Clara surgiu novamente, deitou-se na marquesa com uma confiança desarmante. — Estou pronta — murmurou, virando-se de costas e expondo a curva perfeita do corpo.


A massagem começou como sempre, mas a cada toque, Kátia sentia que a barreira entre elas estava a desmoronar. As mãos moviam-se com mais firmeza, mais ousadia, e o corpo de Clara reagia de forma que ela já não fazia questão de esconder. Um suspiro mais profundo aqui, um estremecer ali...


— As tuas mãos sabem demasiado, Kátia — disse Clara, a voz aveludada. — Sabem como me provocar.


Kátia hesitou, mas não retirou as mãos. A verdade era que ela também sentia aquela energia avassaladora entre elas, como uma corrente elétrica invisível.

— Isto ainda é uma massagem, Clara — respondeu, tentando soar firme, mas sem grande convicção.


Clara ergueu a cabeça ligeiramente, virando-se para olhar Kátia nos olhos. — Então porque estás a tremer?


Aquelas palavras foram como um gatilho. Kátia não conseguiu evitar o impulso de deslizar os dedos até a curva da cintura de Clara, traçando a linha da pele com uma lentidão que deixou ambas sem fôlego. Clara não recuou. Pelo contrário, moveu-se ligeiramente para cima, como se convidasse Kátia a ir mais longe.


— Tens medo de me tocar de verdade? — Clara desafiou novamente, virando-se de frente. Agora, os seus olhos encontravam os de Kátia diretamente, sem barreiras.


O silêncio entre elas era ensurdecedor. Kátia sentia o corpo quente, o coração acelerado. Lentamente, aproximou-se, os dedos a deslizarem pelo braço de Clara, até alcançarem o pulso. O toque era leve, mas carregado de intenção. Clara sorriu, um sorriso lento e ardente, e levou a outra mão até a de Kátia, guiando-a para o seu peito.


— Não penses, Kátia. Só sente.


Aquelas palavras quebraram qualquer resistência que ainda pudesse existir. Kátia inclinou-se mais, o rosto perigosamente próximo do de Clara, os lábios quase a tocarem. O calor entre elas era avassalador, e por um instante, o mundo pareceu parar.

Mas antes que o inevitável acontecesse, um som ecoou pela sala — o toque do telemóvel de Kátia. A vibração cortou o momento como uma lâmina, trazendo-a de volta à realidade.

Kátia recuou bruscamente, respirando com dificuldade. — Clara, isto... isto não pode acontecer.

Clara suspirou, mas o seu sorriso não desapareceu. — Não podemos? Ou não queres?


Aquela pergunta ficou no ar, sem resposta. Clara levantou-se lentamente, pegou na toalha e começou a vestir-se sem pressa, enquanto Kátia tentava reorganizar os pensamentos. Antes de sair, Clara parou junto à porta e olhou para trás.


— Não precisas decidir agora. Mas não demores muito, Kátia. O desejo não espera para sempre.


E, com isso, desapareceu, deixando Kátia sozinha, perdida entre o medo e a excitação, o certo e o proibido.

Fruto proibido é o mais apetecível
Fruto proibido é o mais apetecível

De pé na sala, Kátia sabia que aquele encontro não seria o último. Mas será que estava pronta para o que viria a seguir? O fogo que Clara acendera nela já não podia ser apagado... e o próximo passo seria crucial

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